sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SERMÃO: O GIGANTE DA FÉ

O GIGANTE DA FÉ
TEXTO: 1 Sm 17. 1-10
INTRODUÇÃO:
Contexto imediato anterior ;
Golias: Altura:2,92, capacete e couraça: 60 kg, a ponta da lança: 7kg e adiante dele um escudeiro.
4 LIÇÕES QUE DEVEMOS APRENDER NESSA BATALHA
I FIXAR-SE NO OBJETIVO
1- A AFRONTA DOS IRMÃOS DE DAVI ( 1Sm 17. 28-30)
2- SITUAÇÕES QUE NOS FURTAM O FOCO ( O DISSE-ME-DISSE, A INDIFERENÇA)
3- DEVEMOS ESCOLHER NOSSAS BATALHAS COM SABEDORIA( NOSSA BATALHA É CONTRA O GIGANTE!!)
4- DEVEMOS SER DETERMINADOS NAQUILO QUE ALMEJAMOS.

II LEMBRAR DAS VITÓRIAS JÁ CONQUISTADAS
1- VOCÊ NÃO PODE DISSE SAUL. ( PALAVRA DE DESANIMO: VOCÊ É MUITO NOVO, VELHO BAIXO, FRACO)
2 DAVI LEMBROU DOS URSO E DO LEÃO ( 1 Sm 17. 31-37)
3-TEMOS QUE TER EXPERIÊNCIAS COM DEUS (QUANTOS URSOS E LEÕES JÁ VENCEMOS?)
4-QUANTAS VEZES LEMBRAMOS NITIDAMENTE DE NOSSAS DERROTAS E ESQUECEMOS DE NOSSAS CONQUISTAS. ( Lm 3.21)

III- PEDIR A DEUS ESTRATÉGIAS PARA A BATALHA
1 NÃO DEVEMOS USAR A ARMADURA DE SAUL ( 1 Sm 17. 38-40)
2 DEUS TEM UMA ARMADURA PARA CADA UM DE NÓS
3-A ESTRATÉGIA DE DAVI: 5 PEDRAS E UMA FUNDA
4 NA BATALHA CORPO A CORPO DAVI NÃO TERIA CHANCE

IV- CONFIAR NO VERDADEIRO GIGANTE
1- O INIMIGO ZOMBOU DA ESTRATÉGIA DE DAVI( COMO VOCÊ VAI REAGIR A ZOMBARIA DO INIMIGO)
2-A REAÇÃO DE DAVI:1 Sm 17.45 Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. 46Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos; ferir-te-ei, tirar-te-ei a cabeça e os cadáveres do arraial dos filisteus darei, hoje mesmo, às aves dos céus e às bestas-feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel. 47Saberá toda esta multidão que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos.
3-VOCÊ TA TENTANDO LUTAR SOZINHO, A SUA MANEIRA, TENTANDO SER MAIS ESPERTO QUE O INIMIGO? VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR! MAS DEUS CONSEGUE!!
4- A BATALHA: 48Sucedeu que, dispondo-se o filisteu a encontrar-se com Davi, este se apressou e, deixando as suas fileiras, correu de encontro ao filisteu. 49Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; a pedra encravou-se-lhe na testa, e ele caiu com o rosto em terra
CONCLUSÃO:
1-Não sei qual é o seu gigante assustador. Pode ser relativo ao trabalho, escola, faculdade, uma pessoa específica, um processo judicial ou quem sabe um medo que tem drenado sua energia sua fé.
2- Uma bola na mão do Jordan, do Federer,do Giba tem um valor diferente do que na minha mão. A fé depende da mão em que está: isso faz a diferença.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SERMÃO: O PODER DA PRESENÇA DE DEUS


O PODER DA PRESENÇA DE DEUS
Ex 33.12-15


Introdução:


Esta mensagem é a respeito do absoluto poder da presença de Deus! As escrituras oferecem inúmeros exemplos de como a presença de Deus dá poder aos seus filhos para que eles vivam para Ele.




O A.T Está Cheio de Narrativas de Bênçãos Maravilhosas que Vieram Sobre Aqueles Que Tinham a Presença de Deus Consigo.




Preste atenção nos exemplos de bênçãos, no Antigo Testamento, que a presença de Deus trouxe às vidas de seus seguidores:

1- Em Ex 33.3 O Senhor falou para Moisés ‘ Sobe pra terra que mana leite e mel, mas eu não irei no meio de ti, porque és um povo de dura cerviz’. Mas Moisés estava convencido de que sem a presença de Deus em sua vida, lhe seria inútil se empenhar por qualquer coisa. Ao falar face a face com o Senhor, disse: ...Se a tua presença não vai comigo, não nos faça subir deste lugar (Êxodo 33:15). Ele estava dizendo: Senhor, sem a tua presença não irei a lugar algum. Não darei nem um passo a menos que tenha certeza de que estás comigo!
Eis como Deus respondeu à ousada declaração de Moisés: ...A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso (verso 14). Que promessa incrível! Em hebraico a palavra descanso aqui significa um repouso confortável, tranqüilo. Deus estava dizendo: Não importa que tipo de inimigos ou de lutas tenha de enfrentar, você sempre poderá encontrar descanso tranqüilo em mim!
Moisés não estava preocupado sobre como as outras nações recebiam orientação, formavam suas estratégias, conduziam os seus governos ou dirigiam os seus exércitos. Ele disse: Operamos baseados em um único princípio. A única maneira de sermos guiados ou governados, de enfrentarmos a guerra e de sobrevivermos neste deserto, é ter a presença de Deus conosco!

2- Deus disse a Gideão: ...O Senhor é contigo, homem valente...Vai nesta tua força e livra Israel... (Juizes 6:12,14). A expressão tua força neste versículo refere-se ao verso anterior: O Senhor é contigo. Você vê o que Deus está dizendo? Gideão, há uma força em você que é tão poderosa, que pode salvar Israel. E esta força é a minha presença! As escrituras revelam que Gideão era covarde - então, por que Deus lhe chamou de homem valente? É porque desejava provar a Gideão o que qualquer pessoa pode fazer quando a presença de Deus está com ele!

3- Deus preveniu Jeremias de que o país inteiro se viraria contra ele e rejeitaria as suas profecias. Contudo Deus prometeu: ...eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo para te salvar, para te livrar deles... (Jeremias 15:20). Deus estava dizendo: Não importa se o país inteiro se vira contra você, Jeremias. O que importa é que a minha presença está com você. Confie em que estou com você!

4- Deus determina uma condição para a Sua presença em nossas vidas. Esta condição é encontrada em 2 Crônicas 15. No capítulo anterior, o rei Asa havia conduzido os exércitos de Judá à uma grande vitória contra o exército etíope de um milhão de homens. Porém, Asa testificou que fôra a presença de Deus que havia dispersado o inimigo:
Clamou Asa ao Senhor, seu Deus, e disse: Senhor, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, Senhor, nosso Deus, porque em ti confiamos (descansamos) e no teu nome viemos contra esta multidão...O Senhor feriu os etíopes diante de Asa... (2 Crônicas 14: 11-12).
Quando Asa e os seus exércitos voltavam em triunfante procissão para Jerusalém, um profeta chamado Azarias os encontrou nos portões da cidade com esta mensagem da parte de Deus: ...Ouvi-me, Asa...O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele; se o buscardes, ele se deixará achar; porém, se o deixardes, vos deixará. Israel esteve por muito tempo sem o verdadeiro Deus...Mas, quando, na sua angústia, eles voltaram ao Senhor, Deus de Israel, e o buscaram, foi por eles achado (2 Cron. 15: 1-4). O original hebraico aqui para achar é matsa, significando a sua presença surgindo para capacitar, para abençoar.
Aqui está o segredo de se conseguir e de se manter a presença de Deus em sua vida. O Senhor lembrou a Asa, a queima roupa e sem rodeios: Asa, nunca se esqueça de como você conseguiu esta vitória. Você Me buscou de todo o seu coração, voltando-se inteiro para Mim, quando estava em dificuldades - e Eu lhe enviei a minha presença. Foi a minha presença que pôs os seus inimigos em retirada!




5- Deus falou a Isaías de uma promessa especial que Ele faz àqueles que ama: ...Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus...e eu te amei...Não temas, pois, porque sou contigo... (Isaías 43: 1-5).
Deus estava dizendo: Com a minha presença habitando em você, você pode passar por qualquer inundação ou por qualquer fogo e sobreviver. Porém, você não sobreviverá simplesmente. Você será abençoado e favorecido em tudo isto, porque a minha presença está com você!




Conclusão:
Estas passagens do A.T não são simplesmente histórias mortas. Elas têm o objetivo de nos encorajar e exortar a buscar a presença de Deus em nossas vidas. Podemos agradecer a Deus pelo que a Sua presença fez por Moisés, Josué, Gideão, Jeremias, Asa, e Isaías. Contudo, cada um de nós possui um testemunho poderoso do que a presença de Deus tem feito por nós - guiando as nossas vidas, abrindo portas, removendo os obstáculos, derretendo os corações, tornando-nos destemidos.
Hoje temos o privilégio ter termos o Jesus, o nosso “Emanuel’.
Ele nasceu milagrosamente, viveu neste mundo de forma irrepreensível, morreu em nosso lugar, ressuscitou após 3 dias da sua morte, foi elevado aos céus e nos enviou o Espírito Santo.
Este é o poder da presença de Deus. E todo cristão pode testemunhar da mesma maneira: Grandes coisas tem feito a presença de Deus comigo!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

VÍDEO: O Medidor de bondade

Liderança em Davi



Depois da árdua tarefa de postar textos sobre os profetas menores vou postar textos que li e gostei. Começarei postar uma aula ministrada pelo Pastor George Emanuel no curso de liderança cristã que goostei e quero compartilhar com todos vocês. Boa leitura..


Lições Baseadas na vida de Davi.




· Introdução:

Davi se refugiou na caverna de Adulão fugindo de Saul; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele. Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. (I Sm 22: 1-3)

Davi retorna ao território de Judá, mas não muito distante da fronteira de Israel com a Filistia. Ele se esconde de Saul na caverna de Adulão. A localização de Adulão não é exata, mas parece ter se sido há algumas milhas a leste de Gate, na direção de Belém e Jerusalém. Parece que Davi encontrou um esconderijo isolado e seguro, longe o suficiente de Gate e não muito perto de Saul. (Adulão será o Q.G. da Davi).
Davi parece estar sozinho, até agora. Mas, quando se esconde na caverna de Adulão, uma porção de gente começa a chegar esperando juntar-se a ele. Os primeiros a ouvir sobre seus parentes, que se unem a ele na caverna. Eles devem sentir que, uma vez que Davi é visto como inimigo de Saul, eles também não estão seguros. Penso eu, ser a melhor posição teológica, com base no destino dos sacerdotes (ver I Sm 22). Outros os seguem, aqueles que estão em perigo, em dívida, ou não são a favor de Saul. Eles vêm a Davi como seu novo líder. Aqueles que se juntam a Davi durante sua estadia na caverna chegam aproximadamente a 400 homens.


1. Como líder, Davi nunca menosprezou aqueles que o Senhor lhe enviava.

Davi atraia estes homens sem procurá-los. ( II Sm 22:1-3).

2. Como líder, Davi tinha a habilidade necessária para treinar homens que não possuíam nenhuma capacidade. Transformado estes homens na Elite Militar da sua época. Um verdadeiro exército de Deus.

· De covardes, Davi os fez valentes e poderosos (II Sm 23:8).
· De aflitos, Davi os fez soldados valorosos. Um Exercito de Deus (I Cro 12:22).
· De endividados, Davi os fez mais valiosos do que ouro. O menor valia por 10 homens e o maior por 1000. (I Cro 12: 14).

3. Como líder, Davi não tinha medo ou receio de colocar ao seu lado homens que teriam seus potenciais maximizados no decorrer do treinamento. Muitos destes Valentes seriam melhores do que Davi na arte da guerra. (I Sm 23:8-17).

· Josebe matou 800 com uma lança.
· Eleazar com sua mão pegada à espada atacou os filisteus e os feriu.
· Samá defendeu seu campo de lentilhas, efetuando grande combate.

4. Como líder, Davi tinha admiração e respeito pela vida e serviço fiel dos seus liderados. (II Sm 23:17).

· Os valentes ouvem o suspiro por água do seu líder e agem imediatamente em missão.
· Não era uma ordem de Davi, nem um pedido, era apenas um desejo pela água da fonte de Belém. Todavia, estes homens romperam as barreiras e obstáculos por causa do desejo de servir ao ungido do Senhor.


5. Seus liderados o amavam, respeitavam, obedeciam e lhe devotavam total admiração.


A lealdade destes homens não era interesseira, não estavam atrás de promoção, nem eram bajuladores ou hipócritas.

Davi nunca procurou a fidelidade destes homens.


Todavia extraiu deles lealdade e serviço por meio da sua devoção para com eles.

Davi publicamente honrou o sacrifício dos valentes presenteando a Deus com a água que eles trouxeram em oferta a Davi.


Será que em nossos dias ainda existem homens valentes, a ponto de arriscarem suas vidas, rompendo limites e obstáculos em favor do seu líder.

Será que ainda existem homens como Davi (devotado aos seus liderados). Homens cuja sua atitude de amor, zelo e admiração pelos seus liderados falam mais alto que suas palavras.




6. Como líder, Davi era a inspiração de seus liderados. Ele era alguém que resplandecia a luz do Senhor. Ele era a lâmpada de Israel (II Sm 21:17).

· Davi já estava velho. Seus pais já descansam no sepulcro. A vida estava passando e os anos se abreviaram. Davi já não é mais o garoto que matava leões e ursos que ameaçavam rebanhos.

· Também não é mais o jovem destemido que, com uma funda e cinco pedrinhas, derrubara o gigante Golias.

· Mas ainda acha que pode guerrear, é verdade. Acaba de enfrentar outro gigante, Isbi-Benobe, mas quase morre desta vez, não fosse pela intervenção de Abisai. Por isso, seus próprios soldados lhe aconselharam: Por favor, rei, fica em casa, para que “não apagues a lâmpada de Israel”. Como a luz flui da lâmpada, o calor do fogo, e os pensamentos da mente, assim Davi era o símbolo da Providencia e Promessas de Deus para Israel. Nesta altura dos acontecimentos Davi compõe um cântico a Deus, que corresponde ao Salmo 18, e que expressa agradecimentos por livrá-lo “da palma da mão de todos os seus inimigos e da palma de Saul”.

· Suas responsabilidade como líder da nação no Salmo 18 inicia com a sua declaração de amor a Deus; e como líder Davi expressa seu amor: obedecendo a Deus... 1) em justiça de vida (20,24); 2) em pureza diante de Deus (20,24); 3) Guardando os caminhos do Senhor que é perfeito (21,30); 4) Não se apartando de Deus (21); 5) Ter diante de si a Palavra de Deus que é provada (22,30); 6) Sendo íntegro e se guardando da iniqüidade (23); 7) Sendo sempre agradecido (46); 8) Bendizendo e engrandecendo a Deus (46); 9) Glorificá-Lo publicamente (49); 10) Cantar louvores ao Seu nome (3,49); 11) Testemunho sua gloria e majestade (49).

· Saber que podemos contar com a ajuda de Deus e de nossos liderados nos momentos mais difíceis da nossa é um grande alento e mui agradável balsamo para a alma dos pastores, que por vezes, estão exaustos e afadigados do combate cristão.

7. Como líder, Davi sabia que o ministério exige a excelência daqueles que são vocacionados. E que passar pelos desertos das provações lapidaria seu caráter e forjaria sua alma no fogo do Espírito do Senhor. (I Sm 23-24). Davi passa a ter consciência do sagrado.

Todos aqueles que desejam ter um profundo relacionamento com Deus passam pelo deserto, devem se refugia em Adulão. (Moises, Elias, Paulo e nosso Senhor Jesus passaram pelos desertos. O deserto faz parte da pedagogia de Deus).

Davi não escolheu o deserto, mas foi forçado a se refugiar dos ataques de Saul na região do Neguebe por aproximadamente 10 anos de sua vida.


Davi recebeu o seu Ph.D em ministério depois de passar pelas faculdades do deserto de Zife; de Maom; Em-Gedi e Parã.

Os anos de provações no deserto levaram Davi a ter uma percepção mais clara do sagrado e do profano, da santidade e da impureza, da beleza e do desespero, da obediência e do pecado; Davi foi capaz de ver a gloria de Deus onde ninguém mais podia ver, isto é, na vida de Saul, o ungido de Deus. (I Sm 24:10). O deserto nos torna mais humano e menos anjo.


Adulão significado refugio. Foi no deserto que Davi escondeu-se de Saul numa caverna em Adulão (1Sm 22:1; 2Sm 23:13; 1Cr 11:15). Adulão é lugar de sair da superficialidade e buscar profundidade insondável.

Na caverna de Adulão, existem lugares profundos ainda não sondados, lugares onde não se conseguia medir a profundidade.

Mas Davi conhecia em profundidade ao Senhor, ele conhecia o Bom Pastor (Salmo 23) aquele que o havia livrado do Urso e do Leão, aquele que havia entregado o gigante e todos os filisteus em suas mãos. Davi conhecia ao Senhor, e seu conhecimento não era superficial.


Precisamos entrar em Adulão para conhecermos ao Senhor com intimidade. Adulão é lugar de transformar a exaltação em humilhação.




8. Como líder, Davi fez no deserto da adversidade o que não conseguimos fazer nos oásis igrejeiros: “Davi fez de homens perdedores, campeões; de amargurados em cheios de graça; de endividados em pedras preciosas; de espírito abatidos em Valentes de Deus”.


Davi era matador de gigantes, por sua vez exigia que seus liderados também fizessem o mesmo. (I Sm 21). Abisai, Sibecai, El-Hanã, Jônatas, todos estes mataram gigantes nas guerras pelo Rei e pelo Reino.

Davi sabia compartilhar com os seus liderados as glorias recebidas em batalha. (I Cro 27). Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel; e Davi fazia direito e justiça a todo o seu povo. II Samuel 8:15


Quando Golias desafiou o exército de Israel, ele estava batalhando em nome dos seus deuses. Logo, se Golias vencesse, seria considerada a vitória dos deuses dos filisteus sobre o Deus de Israel... Entretanto, pelo que parece, ninguém entendeu desta forma... O povo de Israel estava ofendido e magoado, cada um pensando em si e no seu justo espírito nacionalista, entendendo que Golias estava simplesmente afrontando ao povo...Davi foi o único que enfocou teologicamente o problema, quem percebeu a gravidade dos fatos: Golias havia afrontado não a um exército comum, mas ao exército do Deus vivo.


Davi, o menino pastor, estava dando seus primeiros passos na liderança espiritual, mas já sabia que o seu povo era guiado e protegido por Deus; era o povo da Aliança. Davi não olhava os fatos como se ocorressem por um mero e insensível acaso...Ele tinha consciência de que Deus levantava homens... E, se assim o é, já que não surgia ninguém, porque não ele?

Deus sempre levantou homens: Moisés, Josué, Jefté, Baraque, Gideão, Sansão, Isaías, Jeremias, os apóstolos, Paulo, etc. Os Reformadores: Lutero, Melanchton, Calvino, etc. Estes homem também se depararam com gigantes... Entretanto tiveram consciência de que Deus usa homens... Eles se prontificaram, dizendo: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8)


Há gigantes à nossa frente? Por certo há muitos: A frieza, a indiferença, a escassez de recursos financeiros, a falta de pessoas comprometidas com a obra; pessoas a serem lideradas, lapidados, moldadas e muitas ainda precisam ser conquistadas para Cristo. Mas... Se Deus levanta homens. Por que não eu?

Deus age através da História e nós, somos os instrumentos de Deus. Muitas vezes os grandes desafios de Deus começam nas coisas mais simples de nossa vida: Todo o processo de luta de Davi com Golias e a sua vitória começou com a sua simples e justa obediência ao seu pai Jessé, indo levar alimento para os seus irmãos no campo de batalha; lembremo-nos de que Davi já fora ungido rei de Israel...

Um dos primeiros passos para que possamos entender a questão da liderança cristã é adotarmos a perspectiva correta sobre Deus, Sua Palavra e Sua Obra.

· Davi se dispôs a lutar porque entendeu que Golias havia ofendido a Deus e isso ele não poderia tolerar... Davi tinha zelo por Deus e pelos ungidos de Deus, por isso nunca levantou-se contra o rei Saul.. Davi esperou pela providencia de Deus para ascender ao trono de Israel e com muito resignação e paciência, deixou Deus ser Deus em sua vida... Os valentes de Davi outrora eram covardes, tímidos, espiritualmente fracos, mas como muita sabedoria, graça, unção e dedicação, Davi investiu todos os seus recursos nestes “desqualificados” aos olhos humanos, pois Davi tinha experiência pessoal de que Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; 28 E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; 29 Para que nenhuma carne se glorie perante ele. 1 Co 1:27-29 .

· Deus no seu processo revelador e salvador sempre se valeu de homens e mulheres. Há muitas coisas a serem feitas na Seara do Senhor; então, por que não podem ser realizadas através de mim?

· Devemos ser obedientes a Deus, fazendo o que nos compete, usando dos recursos que Ele mesmo nos forneceu em nossa caminhada. Deus sempre conduz o Seu povo em triunfo, mesmo em meios aos mais escaldantes desertos da vida.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Oséias, o profeta do amor


OSÉIAS

I – Nome e personalidade – O nome de Oséias, como os de Josué e Jesus, provenientes da mesma raiz hebraica, significa “salvação”, “ajuda” e “libertação”. É provável que o profeta fosse natural de Israel do Norte, segundo indicam suas freqüentes alusões ao Líbano, Samaria, Betel, Jezreel e Ramá. Como um filho do campo, como um rústico, Oseías sacou muitas de suas pequenas e encantadoras figuras do lar, do horto e do rancho, conforme os versos Oséias 4:16; 7:4-8; 8:7; 10:11; 11:4; 13:3,15; 14:7. Aqui se encontram os contrastes com Amós, o qual retrata as áridas montanhas de Judá e o Mar Morto.
Oséias é o missionário nacional de Israel do Norte, assim como Jonas o foi do exterior. Ele era manso, pensativo, inclinado à melancolia, mas também franco, afetuoso e cheio de patriotismo. Ele foi o Jeremias do reino do norte. Ambos foram ardentes patriotas, possuindo natureza religiosa e altamente sensível. Jeremias foi mais consciente de si mesmo em sua dor. Oséias foi mais delicado e controlado. Jeremias foi mais um teólogo, Oséias foi mais um poeta. Seu livro é uma profecia e ao mesmo tempo também, um dos mais evangélicos.

II – O seu tempo –Ler Oséias 1.1. Por isso Oséias, como Amós, começou a profetizar em tempo de grande prosperidade.
O Rei Jeroboão II encabeçava um despotismo militar arrogante, como um verdadeiro descendente de Jaú. Em seus dias, Israel esteve no ápice da prosperidade militar, mas, ao mesmo tempo, despencava com rapidez na corrupção moral. Em 2 Reis nos informa que na morte de Jeroboão aconteceram dissensões internas, com políticos rivais sacrificando os interesses da nação aos seus próprios interesses, com o poder nacional declinando seriamente (Os10:7). Jeroboão foi, realmente, o último homem forte de Israel. Dos seis reis que o sucederam, somente Menaém morreu de morte natural. “Conspiração” era a chave da história desse período, conforme a 2 Reis 15. Zacarias reinou por seis meses, Salum, por um mês apenas. Em seu desespero, primeiro os reis se inclinavam numa direção, em seguida noutra, havendo logo um ou outro que se inclinava pela ajuda estrangeira, pagando tributo alternadamente à Assíria e ao Egito, até perderem definitivamente a independência e a autonomia nacional, esgotando os seus recursos e vendo-se forçados a se tornarem vassalos da Assíria. Quando acabou a sua independência, o declínio veio rápido. Para um patriota como Oséias, era terrível pedir ajuda aos governos estrangeiros (Oséias 8.9 e 10.6). Semelhante política não remediava a enfermidade moral da nação (Oséias 5.13).
As coisas iam de mal a pior (Oséias 4.1-2). As condições eram terríveis. A religião havia se transformado na idolatria mais sensual. A vida familiar se fez dissoluta, razão pela qual o profeta a condenou mais que tudo. Em toda parte havia oposição entre os homens, sendo desesperadora a perspectiva da nação. O sol de Israel ia se pondo e somente um profeta poderia discernir o trágico fim da nação. De fato, pouco tempo depois que Oséias deixou de profetizar, o povo foi levado cativo para a Assíria pelo rei Sargão (2 Reis 17).

III - Duração do ministério de Oséias – Alguns crêem que o seu ministério ativo perdurou apenas dez anos. Essa opinião se apóia nas referências do profeta a Gileade, em Oséias 6:8 e 12:11, as quais parecem indicar que o profeta ignorava a guerra entre a Síria e Efraim (734 a.C). Contudo, mais recentemente, há discordância se Oséias não faz referência esse evento.Visto que Oséias terminou o seu ministério antes do rei Oséias ter subido ao trono, pde-se acreditar que as profecias de Oséias se estenderam sobre um considerável período da história de Israel, o qual poderia ser colocado entre 750 e 725 a.C.

IV – A vocação de Oséias - (Capítulos 1-3). A história pessoal de Oséias pode ser interpretada como um símbolo pessoal da experiência de Javé com Israel e pode ser considerada como a chave do seu ensino. Com delicadeza e sem egoísmo, ele narra a trágica história de sua vida familiar. Esta infundiu como um fogo em sua alma duas idéias: o amor e a fidelidade de Javé por Israel e a infidelidade e ingratidão de Israel para com Javé. Vejamos o que dizem os versos Os 1.1,2. A mulher escolhida foi Gomer, a qual lhe deu dois filhos e uma filha: Jizreel (vingança), Lo-Ruama (sem compaixão) e Lo-Ami (vós não sois meu povo), nomes que significavam o julgamento que, inevitavelmente, iria recair sobre a casa de Jeú. Gomer era infiel aos votos matrimoniais. Metendo-se em orgias desenfreadas a Baal e Asterote, ela caiu na escravidão sensual. Logo em seguida, Oséias a redimiu por 15 siclos de prata e 1,5 ômer de cevada (Oséias 3:2). Desse modo, pelas amarguras sofridas no próprio lar, o profeta aprendeu o amor inextinguível de Javé. Toda a sua história conduz à experiência da realidade. De fato, somente com uma história verdadeira as palavras do profeta poderiam surtir efeito. Sua própria experiência serviu como um espelho vivo das relações infiéis de Israel para com Javé.
Em toda a literatura mundial dificilmente encontraremos uma história de amor que se compare à de Oséias. Sua paixão por Gomer não era simplesmente uma forte explosão de sentimento. Era, antes de tudo, um fogo consumidor encerrado em seus ossos, o qual nenhuma infidelidade de Gomer poderia abrandar e nem o sofrimento pessoal de Oséias poderia extinguir. Por isso ele é chamado, apropriadamente, “O Profeta do Amor”.

V - A mensagem de Oséias - (Capítulos 4-14) - Sem dúvida, em toda parte a sua personalidade é revelada, a maior parte, provavelmente, pelas muitas notas colecionadas com esmero, durante anos. Com muita propriedade esse livro tem sido descoberto como um “amplo monólogo apaixonado, interrompido por soluços”. Ou então, como dizem outros: “mais soluços do que palavras”, o que se torna claro: os capítulos 1-3 falam do mensageiro, enquanto os capítulos de 4-14 falam da mensagem. A primeira seção é uma espécie de autobiografia espiritual, meio narrativa, meio profética, com o confesso amante atormentado à causa de um coração, o qual, pela angústia do amor humano ultrajado, conquistou o segredo do amor divino. A segunda seção consiste numa série de sermões, meros fragmentos de admoestação e promessas, sem quaisquer divisões claramente indicadas. A razão desse tipo mesclado e desconexo de discurso profético se torna perfeitamente clara, especialmente quando reconhecemos que a teologia de Oséias é a do coração em vez da teologia da cabeça. Apesar disso, é possível traçar, por propósitos homiléticos, os sucessivos passos na destruição nacional de Israel, como segue:

1º. - A falta de conhecimento, conforme o verso Os 4:6: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”. Isto significa “falta de bom senso”, acusação fundamental de Oséias. A nação ignora a lei de Deus. O povo é sensivelmente estúpido, sem juízo, conforme diz o verso Oséias 4:11: “A luxúria, e o vinho, e o mosto tiram o coração”.
A palavra “coração” em Hebraico equivale à palavra “senso”,”discernimento’. Desse modo, a repreensão fundamental do profeta é intelectual.
2º. - O orgulho - (verso 5:5) - “A soberba de Israel testificará no seu rosto; e Israel e Efraim cairão pela sua injustiça, e Judá cairá juntamente com eles”. Isso quer dizer que Israel tem um coração enfermo. O povo não somente era patriota como era também arrogante. Efraim tentou rivalizar com os pagãos como um poder mundano. A prosperidade de Jeroboão se tornou em tropeço para a nação.
3º. - Instabilidade - (Verso 6:6) – “Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz...”
4º. - Mundanismo - (Versos 7-8) - “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim. Gileade é a cidade dos que praticam iniqüidade, manchada de sangue”. Isso quer dizer que a política da nação era má. Por falta de entendimento, Efraim buscou alianças com o Egito e a Assíria, tratando Javé de modo leviano. A nação, sem dúvida, havia sido comandada estritamente pelo grande Legislador a ficar separada dos outros povos. Além disso, Efraim era uma torta, ao redor da qual não se havia dado volta, meio cozida de um lado e meio queimada do outro. Alguns eram demasiadamente ricos, outros pobres ao extremo, fervorosos na política, frios na religião, ficando demasiadamente separados nos extremos da sociedade.
5º. - A corrupção - (Versos 9:9-10) – “Muito profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá; ele lembrar-se-á das suas injustiças, visitará os pecados deles. Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para Baal-Peor, e se consagraram a essa vergonha, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram”. A religião estava apodrecida. Era extrema a corrupção na política, como era imperdoável na religião. Israel praticava a fornicação espiritual, disfarçada sob a capa da religião, buscando a Baal-Peor.
6º. Apostasia - (Verso 11:7) - “Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que chamam ao Altíssimo, nenhum deles o exalta”. A apostasia já se transformara num hábito. Os homens pereciam por causa dos seus próprios conselhos perniciosos, conforme o verso 11:6: “E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ramos, e os devorará, por causa dos seus próprios conselhos”. A vingança contra o mal era preparada pela própria nação e seus conselheiros. Mesmo assim, Javé deseja salvá-la, como vemos no verso 11:8: “Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Te poria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem”. (Ver Salmos 23:6).
7º. - A idolatria - (Verso 13:2) - “E agora multiplicaram pecados, e da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo o seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros”. Israel foi realmente culpado de completo abandono ao Senhor. Profeta algum jamais menosprezou os deuses fabricados como o fez Oséias. De fato, ele denunciou os pecados de Israel nesse tipo de infidelidade a Javé.

VI - A mensagem de Oséias para nós - Oséias nos ensina uma lição geral de valor permanente: que a corrupção interior de uma nação coloca a sua existência em maior perigo do que os seus inimigos. Outra lição semelhante, estreitamente relacionada com esta, é que o patriota mais fiel é aquele que, como Oséias, identifica-se com o seu povo, sentindo tristeza por suas calamidade como se fossem suas, arrependendo-se dos seus pecados, como se ele próprio os tivesse cometido. A mensagem de Oséias, portanto, jamais se tornará obsoleta. O Deus da história antiga é o mesmo Deus da história moderna. Todos os eventos nacionais continuam sob a superintendência divina. Contudo, o Deus de Israel escolheu os Seus agentes, tanto nacionais como individuais.
A palavra hebraica “hesed”, tantas vezes encontrada o Livro de Salmos, tem uma significação muito parecida com a palavra “graça” no Novo Testamento. Ela é usada seis vezes por Oséias (Oséias 2:9; 4:1; 6:6; 10:12; e 12:6), devendo ser traduzida por compaixão, misericórdia e bondade. Por isso Oséias é considerado “O Profeta do Amor”.

Joel, o profeta do 'Dia do Senhor'

JOEL

I – A personalidade do profeta - Nada se sabe a respeito da naturalidade nem da biografia de Joel, estando sua carreira e personalidade envoltas em obscuridade. Apenas algumas deduções podem ser feitas com segurança através dos seus escritos. Contudo, diz-se que o profeta é filho de Petuel, supondo-se que este nome signifique “Persuadido por Deus” (Joel 1:1).
O próprio nome de Joel - em Hebraico “Yo-el” - significa “Javé é Deus” e por isso, como o nome “Miquéias”, parece conter uma breve confissão de fé, a qual, provavelmente, reflete a piedade de seus pais judeus. Esse nome aparece com freqüência no Antigo Testamento, havendo pelo menos uma dúzia de outros homens com o mesmo nome, como por exemplo, Joel, filho de Samuel e pai de Hemã, o cantor (1 Samuel 8:2; 1 Crônica 6:33). Joel é também o nome de um dos valentes de Davi, irmão de Natã (1 Crônicas 11:38).
É provável que o profeta tenha nascido em Judá, talvez próximo de Jerusalém, visto como fala familiarmente de “Sião”, dos “filhos de Sião” (Joel 2:1,23), de “Judá e Jerusalém”. Pelo seu interesse no templo tem-se deduzido também que ele foi um sacerdote (Joel 1: 13-17). De todos os modos, pelas suas profecias torna-se muito evidente que não apenas foi um poeta e homem de oração, como um profeta no sentido mais amplo. Foi o primeiro a falar sobre “a vinda do grande e terrível “Dia do Senhor” (Joel 2:11,31).

II – Esboço e conteúdo - Existem apenas duas grandes divisões principais no Livro de Joel: 1) Caps. 1:23 a 2:17 (37 versos), nos quais o profeta fala, descrevendo mui graficamente uma praga de gafanhotos, acompanhada de uma seca, terminando com uma fervorosa exortação ao arrependimento. 2) Joel 2:18 a 3:21, (36 versos), nos quais Javé fala, anunciando em linguagem solene a condenação final dos inimigos de Israel e terminando com uma descrição da gloriosa vitória do povo de Deus. A primeira metade do livro começa com trevas e termina com luz. A segunda metade começa com juízo e termina em vitória. O livro de Joel não consiste, como tantos do Antigo Testamento, de notas esparsas de um amplo ministério profético, o qual se estende por vários anos, mas se ocupa da descrição de um único incidente ( a praga dos gafanhotos) com aplicação moral e espiritual.

III - A ocasião - É óbvio que Joel tomou como seu texto uma praga de gafanhotos comuns, a qual, por algum tempo, havia causado pânico nacional, descrevendo os seus destroços como não tendo paralelo na história da terra. Ele diz em Joel 1:4: “O que ficou da lagarta, o gafanhoto o comeu, e o que ficou do gafanhoto, a locusta o comeu, e o que ficou da locusta, o pulgão o comeu”. Desse modo, pelos quatro sinônimos empregados pelo profeta, tudo indica tratar-se de quatro enxames sucessivos, ou então, quatro divisões distintas do mesmo enxame. Por exemplo, primeiro as larvas e erugas, depois os gafanhotos que apenas saltam, e finalmente os grandes gafanhotos já plenamente desenvolvidos, os quais voam.
Em Joel 2:25 todos são mencionados pela segunda vez, usando-se os mesmos nomes, porém não exatamente na mesma ordem. Desta última passagem pode-se deduzir que a praga perdurou por um considerável período de tempo: “E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós”.
Seu nome científico é “acridium peregrinum”. As larvas recém incubadas são completamente negras e se assemelham a grandes formigas sem asas. Contudo, ao se desenvolverem, despojam-se da pele externa, que chega a ser-lhes pouca, e passam por três períodos claramente distintos, isto é: o período sem asas, que os árabes chamam “debby”, a erupção dos lábios, quando as asas começam a se desenvolver, a qual é chamada “gowga”, e o gafanhoto que voa com asas bem desenvolvidas, conhecido como “jared”. Os machos têm um corpo amarelo. As fêmeas são maiores e têm uma cor de café forte. Estas depositam seus ovos no solo, a uma profundidade de 10 cm, por mais duro que seja este. Quando os insetos se desenvolvem plenamente, chegam a 6,5 cm e suas cabeças parecem com as do cavalo. Conforme Joel 2:25. Eles de fato se assemelham a guerreiros voadores, trepam nos muros, penetram nas casas, e fazem estremecer com o barulho de suas asas (Joel 2:7-10). Calcula-se que os gafanhotos voem a uma velocidade de 29 km horários.

IV - A originalidade de Joel – Reconhece-se que muitos profetas devem ter lido a sua obra, porque ou ele cita quase tudo o que diz ou então foi citado por Amós, Isaías, Miquéias, Naum, Sofonias, Abdias, Ezequiel, Malaquias e também por alguns salmistas.
1- O Dia do Senhor - Joel deve ter inventado esta expressão, visto como a deixou no ponto em que Amós e outros profetas posteriores a adotaram. Mesmo que seja uma expressão escatológica, podendo ter sido criada posteriormente, ela é usada nas profecias do Antigo Testamento, desde os tempos mais remotos ( Amós 5:18 e Isaías 2:12). Provavelmente foi Joel quem inventou esse conceito. Porque o “grande Dia do Juízo” saiu de sua mão tão profética que seria adotada pelos seus sucessores, os quais apenas puderam acrescentar-lhe um toque. A visão de uma praga de gafanhotos foi a primeira a ser sugerida à mente de Joel.
2. A independência literária - Dois exemplos bastam para mostrar a pretensão: a) O pensamento em Joel 3:16: “E o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; e os céus e a terra tremerão, mas o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel”. Ele é claramente anterior ao que diz Amós 1:2: “... O SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pastores prantearão, e secar-se-á o ume do Carmelo”. Porque em Joel se encontra o clímax da revelação, tendo Amós com ele começado, tomando este como se fora o seu próprio texto. b) Em Joel 3:10 Javé exorta os gentios: “Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte”. Porém em Isaías 2:4 e Miquéias 4:3, foi predito um tempo em que os homens de Judá “... converterão as suas espadas em enxadões [pás] e as suas lanças em foices...”, o que demonstra a precedência de Joel.
3) Derramamento do Espírito - Joel prediz mais explicitamente do que nenhum outro o derramamento do Espírito sobre toda a carne (Joel 2:28-29). Essa predição tem lhe valido o título de “O Profeta do Pentecostes”, mesmo que Joel tivesse apenas uma vaga idéia da verdadeira significação destas palavras no grande programa divino.

V - A questão de data de Joel- Franz Delitzsch declarou, confiantemente, há 40 anos, que a grande antiguidade do profeta Joel é uma “certeza”. Por outro lado, há 20 anos, Cornill afirmou com a mesma ousadia que “poucos resultados da crítica do Antigo Testamento são estabelecida tão segura e firmemente como a que o Livro de Joel é datado do século de Esdras e Alexandre, o Grande”. Calvino foi mais cauteloso, deixando o assunto sem solução..
Há um fato, sem dúvida, o qual, mais do que nenhum outro, pode determinar a data do livro, que é a sua colocação entre os Doze. Tanto no cânon hebraico como na Septuaginta, Joel está agrupado entre os profetas primitivos que viveram antes do desterro. Desse modo, no cânon hebraico a ordem é a seguinte: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, etc., enquanto na Septuaginta é esta: Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, etc. Isso mostra que os rabinos da antiguidade consideravam Joel como um dos primeiros profetas. Esse fato cria, portanto, a forte suposição de ter sido ele um profeta anterior. Também, se o livro fora escrito depois, mais ou menos no tempo da canonização dos profetas, pareceria estranho que os encarregados do cânon o tivessem considerado anterior.
Joel tomou emprestado dos outros, a não ser que os outros dele tenham tomado emprestado. Calcula-se que 27 frases, clausulas e expressões dos 73 versos do Livro de Joel têm paralelo com outros escritos do Velho Testamento. Porém Joel 2:2 é claramente citado em Sofonias 1:15: “Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas”, sendo comum às duas citações as frases “de tribulação e de angústia”, “de nuvens e de densas trevas”. Em Joel elas são uma parte integrante da praga de gafanhotos, quando estes se aproximam, enquanto em Sofonias elas são mais um adorno retórico, reforçando a elaborada descrição do “Dia do Senhor”.

VI- O estilo - Joel se assemelha a Amós, o qual, mesmo sendo um dos profetas mais primitivos, foi autor do Hebraico mais puro e clássico da Bíblia. Considera-se a pureza do estilo de Joel como evidência de sua antiguidade.
A literatura hebraica se caracteriza por um ritmo conforme é ostentado por Joel. Os destroços dos gafanhotos são descritos em linguagem poética, num movimento breve e rítmico muito adequado para descrever a rápida propagação da praga e do seu irresistível ataque à cidade. Em todas essas coisas existem poucos que superam Joel. O uso do paralelismo (Joel 1:10) e da hipérbole (Joel 2:30-31) condescende com o que Isaías emprega, num jogo de palavras, a fim de preparar as suas descrições mais gráficas e mais vivas. (Joel 1:12,15; 3:12).

VII- Conclusão - 1). O ensino fundamental de valor religioso permanente no livro de Joel é o conceito claro, definido e até mesmo original do “Dia do Senhor”. Esta expressão aparece cinco vezes no livro. O dia em que os princípios eternos da justiça divina e do dever humano serão demonstrados, o Dia do Juízo Final. Joel anuncia esse dia a Judá, como Amós o anunciaria mais tarde a Israel (Amós 1,2; 6:3 e 9:11-15). Este é o ensino principal de Joel.
2). Desta primeira descrição iriam resultar grandes ensinos, outros de caráter prático, um dos quais era o arrependimento, prometendo o Senhor que por meio deste alguns poderiam livrar-se do dia do terror. Obedecendo a Sua exortação a praga de gafanhotos seria aniquilada e seguir-se-iam bênçãos materiais e espirituais . “E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no SENHOR vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida a chuva temporã; fará descer a chuva no primeiro mês, a temporã e a serôdia. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de azeite. E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós. E comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do SENHOR vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca mais será envergonhado”. (Joel 2:23-26):
3). Outro grande ensino do livro é o derramamento do Espírito sobre toda a carne (Joel 2:28-29). Essa profecia (Atos 2:16) seria o cumprimento de Números 11:29, a qual foi cumprida no Dia de Pentecostes, quem sabe, cumprida mas não esgotada. É semelhante à profecia de Jeremias sobre a aliança nova (Jeremias 31:31-34). Assim Joel começa a abrir o caminho ao reino da graça.

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